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Papel da simulação no treinamento de anestesia regional por ultrassom

A anestesia regional guiada por ultrassom (UGRA) é amplamente utilizada para a realização de bloqueios periféricos, tanto em procedimentos cirúrgicos quanto no manejo da dor aguda. Seu uso está associado a benefícios clínicos importantes, como menor necessidade de anestésicos, redução do tempo de latência, menor taxa de complicações e aumento da eficácia do bloqueio.

 

No entanto, o domínio dessa técnica exige conhecimento anatômico detalhado e habilidade psicomotora para manipulação simultânea da sonda e da agulha sob visualização ultrassonográfica. Tradicionalmente, o ensino desses procedimentos era realizado por meio de observação direta, aprendizado no ambiente clínico ou uso limitado de cadáveres. Esses métodos apresentam restrições éticas, variabilidade de casos e riscos ao paciente.

 

A simulação médica, por sua vez, permite a prática controlada de habilidades técnicas, com possibilidade de repetição, erro seguro e avaliação objetiva de desempenho. Diversos modelos — de baixa e alta fidelidade, baseados em realidade virtual ou materiais sintéticos — estão disponíveis para o ensino de UGRA, e a escolha da ferramenta mais adequada depende dos objetivos educacionais e do nível de experiência dos participantes.


Qual a eficácia da simulação no treinamento em anestesia regional?

 

A incorporação da simulação para treinamento de procedimentos médicos tem sido cada vez mais debatida e adotada para a educação continuada de profissionais da área da saúde.

 

Nesse contexto, um estudo de revisão sistemática analisou diferentes estudos clínicos randomizados que avaliaram o uso de simulação no ensino de anestesia regional guiada por ultrassom. Os participantes incluíram estudantes de medicina, residentes, médicos anestesiologistas, enfermeiros anestesistas e voluntários com níveis variados de experiência prévia [1].

 

Os estudos analisados utilizaram diversos tipos de simulação: modelos de baixa fidelidade (número de artigos avaliados: 5), alta fidelidade (número de artigos avaliados: 1), realidade virtual (número de artigos avaliados: 1), combinações de simuladores físicos e digitais (número de artigos avaliados: 3) e modelos integrando realidade virtual, materiais biológicos e cadáveres (número de artigos avaliados: 2) [1].

 

A maioria dos protocolos combinou ensino teórico com prática supervisionada em simuladores. Os desfechos educacionais foram classificados segundo o modelo de Kirkpatrick nos níveis 2 (aprendizado em ambiente simulado), 3 (transferência para prática clínica) e 4 (impacto em desfechos de pacientes) [1].


Aquisição de habilidades com simulação em UGRA

 

Entre os exemplos mais representativos está o estudo de Niazi et al., que avaliou 30 residentes de anestesiologia [2]. O grupo treinado com simuladores apresentou 64% de sucesso na realização de bloqueios reais, contra 51,3% no grupo controle. Além disso, 80% dos residentes treinados com simulação atingiram proficiência técnica ao final do estudo, enquanto apenas 40% dos participantes do grupo controle alcançaram o mesmo resultado [2].

 

Outro estudo relevante foi conduzido por Gucev (2012), que aplicou uma metodologia baseada em análise de tarefas cognitivas com o uso de simuladores de alta fidelidade [3]. Os resultados indicaram melhora significativa na precisão do reconhecimento anatômico e na execução da punção, com menor tempo para conclusão dos procedimentos.

 

A combinação entre vídeos instrutivos, simulação prática e feedback imediato mostrou-se especialmente eficaz. Um dos estudos demonstrou que a introdução de feedback estruturado reduziu a taxa de erros técnicos e melhorou a visualização da agulha ao longo do procedimento. Ainda que a maioria das pesquisas tenha avaliado resultados imediatos, a repetição supervisionada em ambiente simulado contribuiu para a consolidação das habilidades adquiridas [1].


Transferência do aprendizado e efeitos sobre os pacientes

 

Embora a maioria dos estudos tenha se concentrado na fase inicial do aprendizado (nível 2), alguns também avaliaram a aplicação prática em ambiente clínico. No nível 3 (transferência para a prática), um estudo avaliou a performance de residentes após treinamento com simulação em bloqueios de plexo braquial. Apesar de não haver diferença estatística significativa, o estudo foi interrompido antes da conclusão devido a limitações técnicas do simulador utilizado, o que comprometeu os resultados [1].

 

No nível 4 (impacto em pacientes), dois estudos incluídos na revisão avaliaram desfechos clínicos. Um deles demonstrou que os participantes treinados com simulação realizaram maior número de bloqueios bem-sucedidos em pacientes reais, com menor necessidade de assistência de supervisores e menos complicações relacionadas à técnica [1].


Como otimizar o ensino com simulação?

 

A revisão destaca que a simulação representa uma abordagem eficaz para a formação inicial em UGRA. No entanto, os autores sugerem que futuras pesquisas devem focar em três frentes:

 

  1. Ampliar os níveis de avaliação, incluindo mais estudos que explorem o impacto clínico direto e a retenção das habilidades adquiridas ao longo do tempo.


  2. Padronizar os instrumentos de avaliação, como escalas objetivas de desempenho, testes de sonoanatomia e parâmetros clínicos definidos, para melhorar a comparabilidade entre os estudos.


  3. Investir em redes colaborativas para realização de estudos multicêntricos com maior poder estatístico e diversidade de participantes, permitindo testar diferentes metodologias de ensino, modelos de simuladores e combinações de estratégias pedagógicas.


A consolidação da simulação como ferramenta essencial no ensino da anestesia regional depende da integração com currículos estruturados, uso de avaliação contínua e incorporação de tecnologias que favoreçam o realismo e a repetição da prática.


Modelos GPhantom para treinamento em anestesia regional

 

A GPhantom desenvolve simuladores específicos para o ensino de anestesia regional guiada por ultrassom. Os modelos reproduzem com fidelidade as estruturas anatômicas relevantes e são compatíveis com sondas lineares de alta frequência, proporcionando uma experiência realista para o treinamento técnico.

 

  • Gphantom Anestesia: o modelo possui seis estruturas internas que simulam três nervos e três artérias, dispostas de maneira alternada. Ele é indicado para o treinamento dos procedimentos de anestesia regional e acesso venoso central guiados por ultrassom;

  • Gphantom Anestesia RL: o modelo possui uma artéria superficial para simular a artéria radial, um nervo profundo para simular o nervo ciático e um nervo superficial. Com isso, o modelo conta com 4 artérias, 3 nervos e 1 veia.

 

Essas soluções apoiam instituições de ensino e centros de treinamento na formação de profissionais mais preparados, permitindo a repetição controlada dos procedimentos e a aplicação de protocolos educacionais baseados em evidência.

 

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Referências

 

[1] Chen XX, Trivedi V, AlSaflan AA, Todd SC, Tricco AC, McCartney CJL, Boet S. Ultrasound-Guided Regional Anesthesia Simulation Training: A Systematic Review. Reg Anesth Pain Med. 2017 Nov/Dec;42(6):741-750. doi: 10.1097/AAP.0000000000000639

 

[2] Niazi AU, Haldipur N, Prasad AG, Chan VW. Ultrasound-guided regional anesthesia performance in the early learning period: effect of simulation training. Reg Anesth Pain Med. 2012 Jan-Feb;37(1):51-4. doi: 10.1097/AAP.0b013e31823dc340

 

[3] Gucev GV. Cognitive Task Analysis For Instruction In Single-Injection Ultrasound Guided-Regional Anesthesia. Los Angeles, CA: University of Southern California; 2012.

 

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